O vice-prefeito Florentino Neto disse durante a visita que a restauração da Casa Grande de Simplício Dias é um resgate importante do passado de Parnaíba. A idéia de transformar o local no museu da cidade é, segundo ele, uma forma de lembrar aos parnaibanos e informar aos visitantes o quanto Parnaíba é grande desde a sua concepção como vila e, depois, cidade. A secretária Fátima Carmino também reconheceu a importância daquele prédio histórico para a cultura local.
Fátima Carmino lembrou que o vice-prefeito Florentino Neto colaborou com todo o processo de desapropriação da Casa Grande por parte da Prefeitura, atuando como interlocutor com os antigos proprietários e acompanhando os procedimentos legais necessários à aquisição do imóvel pelo município. “Quando o Ipham tombou todo o sítio histórico do Porto das Barcas, o prefeito José Hamilton já havia determinado tombamento da edificação, tendo a ajuda do Dr. Florentino”, disse.
Segundo o encarregado pela obra, Joel Augusto, só cerca de 40% dos materiais aplicados na construção do prédio vêm sendo aproveitados, mas existe o cuidado de repô-los com peças idênticas confeccionadas sob encomenda. Um exemplo do cuidado com a originalidade é a argamassa utilizada, em que o cal substitui o cimento. As madeiras do teto continuam sendo carnaúbas, a maioria nova com algumas antiga que se encontram em boas condições. Quem for visitar o local, após a sua conclusão, vai poder pisar em soalhos e ver portas, paredes e detalhes que datam de mais de 250 anos, informou Joel Augusto.
HISTÓRIA
A Casa Grande de Simplicio Dias foi residência de Simplício Dias da Silva, um dos mais importantes vultos da história do município, por ter liderado a expansão econômica de Parnaíba no clico da charqueada, no século XVII. Nos seus salões aconteceram muitas reuniões sobre o futuro político de Parnaíba e do Piauí. O movimento pela inclusão do Piauí e outros Estados no processo de Independência do Brasil, entre outras lutas foi tema discutido no local. Simplício Dias, seu construtor, primeiro proprietário e morador, era filho do Português Domingos Dias da Silva, um dos primeiros desbravadores da região, e foi também o principal donatário para a construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça, na Praça da Graça.